domingo, 30 de outubro de 2011

Oxidação a frio - Perma Blue líquido

Alguns atiradores como eu, tem como um passatempo além do tiro, a manutenção das suas armas. As armas geralmente de metal, podem ter acabamentos diversos. Um dos acabamentos mais comuns é a oxidação (blueing) que dá um tom negro azulado às carabinas. Além da beleza, oferece proteção contra a ferrugem. Porém é um acabamento relativamente frágil e ele danifica-se com frequência.
Não sou  especialista na área, e apenas estou compartilhando um produto que permite a nós mortais reparar uma peça de nossas amadas carabinas.
A oxidação pode ser feita aquecendo-se o material ou a frio. O processo a frio, apesar de não produzir resultados tão bons como os processos aquecidos, é bem mais fácil e acessível aos amadores.
Um produto que investiguei é o Perma Blue da Birchwood.
Este produto realmente funciona, só não consegui avaliar a durabilidade da oxidação.
Fiz um vídeo do meu experimento com o permablue líquido, que serve até como um tutorial modesto do processo.
Gostaria de receber sugestões que possam me ajudar a melhorar o processo.

Parte I


Parte II

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Etapa presencial do Campeonato Mineiro Online 2011


Neste final de semana (8 e 9 de outubro), na cidade de Santa Luzia no Clube Mineiro dos Caçadores, realizou-se a Etapa presencial do campeonato mineiro on-line. A equipe que saiu do triangulo mineiro contou com atletas de Araxá (Paulo Otávio Alves Ashidani e Pedro Junior Ashidani ), Ituiutaba (Murilo Batista Pereira Jr. e Vanderson Antunes) e Uberlândia(Jalvas Alves Silva, Jarlie Alves Silva, Flávio Vieira Gonçalves e José Eduardo Aguiar). 

Figura 1 - Pedro, Paulo, Murilo Jr e Vanderson

O clube conta com uma estrutura privilegiada que ofereceu aos competidores um ambiente agradável para a prática do esporte. Tive o prazer de fazer novas amizades, com atletas de outras cidades e principalmente com os dedicados e incansáveis Wálter (Lobão), Roberto Schwenck e Daniel Devesa Pessoa.
Figura 2 - Roberto, Daniel e Clóvis

 Figura 3 - Wálter Lobão

 Figura 4 - Clube Mineiro de Caçadores

 Figura 5 – Clube Mineiro de Caçadores

O intercâmbio entre os competidores foi intenso e prazeroso, com muita cordialidade, amizade e esportividade.

 Figura 6 - Paulo Otávio fazendo um test drive com a Daystate AirWolf MVT com luneta Schmidt Bender do atleta Adilson Pinheiro

A etapa presencial é obrigatória para os resultados do campeonato mineiro. São consideradas  três etapas cuja média é somada com o resultado da Etapa presencial. Eu e o Paulo Otávio, comparecemos para participar da Modalidade USBR. A disputa estava acirrada com 7 pontos separando os 6 primeiros atletas. Eu com 230 pontos de média e o Paulo Otávio com 231.3  ocupávamos o fim da fila, porém em ascensão. Presentes atletas com carabinas Steyr LG110, Daystate AirWolf MVT, AA S400 e BSA Super10.
 Figura 7 - José Eduardo e Paulo Otávio na prova de USBR

A etapa ficou com o seguinte resultado:
1º Paulo Otávio Alves Ashidani – 247 pontos
2º Pedro Junior Ashidani – 245 pontos
3º Flávio Vieira Gonçalves – 243 pontos

 Figura 8 - Pódio do USBR ar comprimido

E com esses resultados o Campeonato Mineiro ficou com o seguinte resultado:
1º Paulo Otávio Alves Ashidani – 478 pontos
2º Flavio Vieira Gonçalves – 477 pontos
3º Pedro Junior Ashidani – 475 pontos.

A seguir mais fotos do evento.



domingo, 2 de outubro de 2011

Considerações sobre chumbos



Um fator bastante negligenciado pelos atiradores é a qualidade dos projéteis. O vídeo a seguir mostra a diferença de comportamento entre projéteis de diferentes qualidades.
Utilizo basicamente os seguintes grupos de projéteis:
  • Domed – seu formato aerodinâmico permite tiros precisos em distâncias acima de 20m.
  • Hollow Point – este projétil tem maior poder de destruição, pois sua ponta expande no impacto.
  •  Wadcutter – Utilizado em competições de alvos de papel a 10m, pois produzem um corte bem definido devido a sua ponta plana.
  • Pointed – projéteis com maior poder de penetração.
Existem diferentes fabricantes, com diferentes processos de fabricação e seleção, o que determina diferentes custos para nós atiradores.  Não adianta termos preferencia pelo modelo A ou B, pois quem determina qual projétil  terá melhor desempenho é a arma. Tem-se à disposição opções de R$5,00 por lata de 250chumbos a R$120,00 por lata de 500chumbos. E infelizmente as carabinas são enjoadas. As armas na maioria das vezes escolhem os chumbos  mais caros.
Durante a prática, percebi que existem diferenças mesmo entre os projéteis  de mesmo modelo/fabricante. Diferenças nos processos de fabricação e processos de controle de qualidade produzem projéteis com diferentes características de forma e massa. Alguns com massa maior outros com diâmetro maior e alguns até com irregularidades no formato.
Aprendi com outros atiradores algumas práticas que ajudam a contornar estas diferenças e consequentemente melhorar a precisão. São elas:
  • Preparação(lavar e lubrificar)
  • Seleção(visual, massa e diâmetro)
  • Padronização
Fiz alguns testes com três tipos de projéteis:
  • Rifle
  • Crosman Premier 10.5 grains
  • JSB Exact Heavy 10.3 grains
A metodologia foi ir executando as práticas e testar o efeito que ela produz na precisão. Inicialmente fez-se um agrupamento de 10 tiros de controle, depois foi feito a padronização de diâmetro, depois foi feita a lavagem, lubrificação e por último a pesagem.
A distância entre o alvo a arma foi de 25 metros e a carabina utilizada foi a Steyr LG110 FT que é uma carabina PCP regulada, o que permite bastante uniformidade nos tiros. A carabina foi apoiada em sandbag e o atirador estava na posição sentado. O dispositivo de mira foi uma luneta leapers.

Padronização
Fiz este procedimento antes da lavagem pois ele retira do projétil os excessos que resultam em detritos de chumbo. Utilizei um dispositivo de padronização do chumbo cuja idéia é reduzir os chumbos para um diâmetro padrão. Este dispositivo não funciona se o projétil tiver um diâmetro menor. Chumbos gamo Hunter e gamo pró Magnum não apresentaram benefícios ao serem padronizados.
 Figura 1 - Chumbo rifle antes da padronização.

 Figura 2 - Chumbo rifle após padronização.

As figuras 1 e 2 mostram o efeito da padronização do projétil.
O padronizador trata-se de um tubo cônico, onde o diâmetro menor tem 4.5mm e o projétil é colocado no tubo pela extremidade de diâmetro maior. Um pino força a passagem do chumbo pelo orifício do tubo tornando o diâmetro do chumbo padronizado.
 Figura 3 - Padronizador e pino.

 Figura 4 - Padronizador com pino inserido.

 Figura 5 - Orifício do padronizador

 Figura 6 - Parte Inferior do padronizador com o pino inserido.

Medida da Massa
Para medir a massa é necessária uma balança de precisão de 0.001grama ou 0.01grains (1grain=0.065g). Na figura 7 tem-se um chumbo cuja medida fornecida pela balança foi de 7.80grains.
 Figura 7 - Balança de precisão.

Resultados
Os resultados obtidos com um chumbo Rifle 4.5mm que é de baixo custo foram muito bons.
 Figura 8 - Chumbo rifle agrupamento de controle 10 tiros.

A figura 8 mostra um agrupamento de 10 tiros com projéteis retirados da embalagem sem nenhuma seleção ou tratamento. Os projéteis produziram 54.6mm centro a centro (c-t-c). Este é o nosso agrupamento de controle.
 Figura 9 - Rifle padronizado 10 tiros

Na primeira experiência, passaram-se 10 projéteis pelo padronizador e fez-se um agrupamento, mostrado na figura 9. Observa-se uma melhora considerável na precisão. O tamanho do grupo foi de 43.5mm c-t-c.
 Figura 10 - Rifle padronizado e lavado 10 tiros.

Na figura 10 tem-se o agrupamento produzindo por projéteis padronizados e lavados. O agrupamento encolheu para incríveis 16.1mm c-t-c!

 Figura 11 - Rifle padronizado e lavado e lubrificado 10 tiros.

A figura 11 apresenta um bom agrupamento de 14.4mm c-t-c produzido por chumbos rifle, padronizados, lavados e lubrificados.
 Figura 12 - Rifle padronizado, lavado, lubrificado e pesado 10 tiros.

Na figura 12 temos um belo agrupamento de 25.8mm. Apesar da dimensão maior, apresenta um formato que permite concluir que um tiro foi fly. Retirando o desgarrado (fig. 13) tem-se um tamanho surpreendente de 10.6mm c-t-c!

 Figura 13 - Rifle padronizado, lavado, lubrificado e pesado 9 tiros

A seguir testou-se chumbos Crosman Premier de 10.5 grains. O agrupamento de controle apresentou um tamanho de 8.7mm c-t-c conforme se observa na figura 14.

 Figura 14 - Agrupamento de controle do Crosman Premier 10 tiros

 Figura 15 - CP padronizados 10 tiros

A figura 15 apresenta 10 tiros do chumbo CP que passaram pelo padronizador. O tamanho do agrupamento foi de 7.2mm c-t-c.

Figura 16 - CP padronizado e lavado 10 tiros

Lavando os CP obteve-se um agrupamento ainda melhor. 5.5mm c-t-c conforme se observa na figura 16.

 Figura 17 - CP padronizado, lavado, lubrificado e pesado. 10 tiros

Já a pesagem não trouxe grande melhora, conforme apresentado na figura 17. Isso se deve a pouca variação da massa dos projéteis no lote analisado.

Como teste final fiz um agrupamento de 5 tiros que foi talvez o melhor que já fiz. incríveis 1.2mm c-t-c!
Figura 18 - CP agrupamento de 5 tiros, padronizado, lavado lubrificado e pesado.

Os testes feitos com chumbo JSB exact heavy, não mostraram ganhos significativos, provavelmente devido ao alto nível de controle de qualidade da fábrica da República Tcheca.
 Figura 19 - JSB controle 10 tiros


 Figura 20 - JSB lavado e padronizado

Conclusão
Pelos testes feitos conclui-se que em projéteis onde o controle de qualidade não são rigorosos, o ganho de precisão com seleção e padronização é impressionante. Todas as ações propostas produziram ganhos que não se podem desprezar. O chumbo da marca Rifle, cujo custo é 10% dos chumbos de qualidade, produziu resultados 90% de acertos em cartuchos de espingarda 12 a 45m. Não foi melhor por causa do vento forte.
Considero altamente compensador a preparação dos projéteis visto o ganho de precisão, tornando os chumbos Rifles uma excelente opção para atividades de plinking.
Já para os chumbos premiuns, não se mostrou tão produtivo. Eu vou continuar a fazer nos CP, pois vi alguma melhora, porém nos JSB irei apenas lubrifica-los.