Journey across CZ
Com grande expectativa acordamos no dia 29/07 e iniciamos
nossa jornada em busca a um dos mais conceituados fabricantes de projéteis para
armas de ar do mundo: JSB (Josef Schulz Bohumín). No carro, Igor Porto, Flávio
Vieira e Pedro Ashidani.
Figura 1 - Mapa do
trajeto de Plzen a Bohumín
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Desta vez logo após um pit stop, perdemo-nos, o que
acrescentou 45 minutos à longa viagem. O GPS nos levou próximo ao endereço, mas
como a fábrica da JSB fica em um antigo estande de tiro em uma localidade
remota, o endereço final não constava no mapa.
O representante da JSB no Brasil, já nos havia alertado e dado
dicas de como chegar, assim com um pouco de pesquisa prévia no Google
maps/street view pelo nosso colega Flávio Vieira, conseguimos encontrar a
referência para a Fábrica.
Figura 2 - Placa com
indicação do trajeto
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Figura 3 - Chegada à JSB |
Um pouco mais adiante chegamos à terra natal dos melhores
projéteis do mundo. A fábrica foi fundada em 1991, pelo atirador e técnico Josef
Schulz com o nome de JSB MATCH DIABOLO BOHUMÍN. Em 2008, já um pouco cansado e
pensando na aposentadoria, o Sr. Josef considerava a venda da JSB. Com a ameaça
de aquisição por um grande grupo (RUAG), o funcionário Pavel Kolebač juntamente com o sogro fizeram uma proposta de
aquisição ao Sr. Josef e o negócio acabou se concretizando. Desta maneira o
modelo de negócio e filosofia de fabricação continuou existindo (para nossa
sorte) e o Sr. Josef continua ligado ao negócio como um conselheiro técnico. O
grupo RUAG é o controlador da fábrica Haendler & Natermann GmbH que produz
os renomados chumbos H&N. Pela nossa conversa com o Mr. Pavel, havia uma
clara intenção da RUAG em fechar a JSB.
Em 2008 a JSB contava com apenas duas prensas e um tempo de
espera para pedidos de seis meses. Hoje existem 10 prensas e no máximo 60 dias
de espera.
Logo na nossa chegada fomos recebidos pelo Mr. Pavel Kolebač
e fomos conduzidos à sala de reunião.
Figura 4 - Equipe
brasileira conversando com o CEO da JSB
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Nesta reunião vários questionamentos da equipe foram feitos
ao Mr. Pavel e respondidos de maneira clara e aberta.
Uma grande afirmação foi desmistificada: com exceção do AA
FT de 8,4 grains que possui um formato específico da AA, todos os outros
modelos da JSB são iguais. Ou seja, o cometa ou o JSB da lata vermelha são
produzidos igualmente.
Após a conversa, iniciamos a visita pela fábrica - fotos do
processo de fabricação foram proibidas. Usa-se chumbo puro com 0,5% de
antimônio, que são derretidos e formam grandes lingotes. Posteriormente por
processo de extrusão, produzem um fio de chumbo, homogêneo e sem bolhas. Deste
fio são produzidas pequenas esferas de chumbo. Neste processo a massa das
esferas é crítica, e para melhor consistência, sistemas de aferição e controle
de temperatura são usados, evitando que a dilatação térmica da máquina afete a
massa de cada esfera.
Figura 5 - Tira na
qual o fio é transformada no processo de produzir as esferas, as esferas e um
chumbinho recém nascido |
Figura 6 - Entrada do setor produtivo |
Figura 7 - Equipamento para produzir a liga de chumbo e antimônio |
Depois que as esferas foram produzidas elas são colocadas nas
prensas que produzem chumbo à taxa média de um chumbo a cada 3 segundos. Com 46
prensas são produzidos, diariamente, 1.150.000 chumbos.
Os chumbos são lubrificados durante o processo de produção e
não necessitam ser lubrificados antes do uso. Após esta etapa, os chumbos vão
para o processo de seleção.
Figura 8 - Setor de seleção |
Depois de selecionar manualmente e remover os chumbos
defeituosos, eles são embalados e preparados para envio aos clientes.
Figura 9 - Setor de embalagem de despacho
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Figura 10 - Rótulos usados pela JSB |
Figura 11 - Pedro Ashidani e Pavel Kolebac |
Para garantia de qualidade, existem estandes de testes, um
de 10m e outro de 45m.
Figura 12 - Estande de testes de 10m |
Alguns brindes foram gentilmente cedidos pelo Sr. Pavel para
a equipe brasileira.
Depois da visita, Mr. Pavel nos convidou para almoçar em um típico
restaurante local onde pudemos continuar a agradável conversa. Após o “jantoço”
(janta+almoço) iniciamos nossa longa jornada cruzando a República Tcheca para
mais 470Km. Foram quase 1.000 km percorridos em um dia, porém todo o esforço
valeu! Uma visita que coopera a construção do tripé que alicerça um atirador:
Arma, munição e técnica! Agora que venha a competição onde poderemos agregar
muito conhecimento técnico, no intercâmbio com as maiores feras do circuito
mundial!