Novamente o time brasileiro participará de um evento WRABF
(World Rimfire and Air Rifle Benchrest Federation). Desta vez será o Campeonato
Mundial. O time formado por Flávio Vieira, Paulo Otávio Ashidani e Pedro Ashidani,
preparou-se por mais de 20 meses para este evento, com muitas horas de
planejamento, preparação, provas e execução de um sonho, o Campeonato Mundial
de Benchrest (WRABF) do outro lado do mundo, em Brisbane – Austrália.
Nesta edição a possibilidade de compartilhar equipamentos
entre os atletas da equipe reduziu consideravelmente a quantidade de bagagem,
porém a burocracia para levar armas de pressão para Austrália, mostrou-se
excessivamente complicada. Formulários extensos e confusos, foram preenchidos,
conferidos, reconferidos e após semanas de batalhas, finalmente as autorizações
ficaram prontas. Autorização para sair do Brasil, para entrar na Austrália,
sair da Austrália e voltar ao Brasil .
No dia 15/07, Pedro e Paulo Otávio partiram para Uberlândia
onde iriam organizar a bagagem junto com Flávio em 6 volumes, de no máximo 23Kg
cada. No dia seguinte, o grupo se deslocaria para Guarulhos, para embarcar no
voo para Austrália. Malas prontas, partiram para São Paulo.
Após um breve descanso no hotel, a equipe se deslocou para o
Aeroporto Internacional de Guarulhos, chegando lá por volta das 2:00Hs. A
companhia escolhida, por questões econômicas foi a LAN/TAM. O Voo iria sair
7:30, mas decidimos chegar cedo para não correr riscos.
Às 3:15H estávamos iniciando o procedimento de check-in, e
aí começaram os problemas. Devido a sistemas
de parcerias entre companhias aéreas, quem iria realizar o trajeto de São Paulo
até Santiago (Chile) seria a TAM, e começamos a via sacra de apresentação de
documentos. Depois de apresentados documentos emitidos pelo Brasil e pela
Austrália, o atendente nos informou que estava tudo certo, mas deveríamos ter
feito uma reserva antecipada junto a companhia Qantas, que faria o trajeto
Santiago a Sidnei.
A primeira informação é que deveríamos pegar as armas na
conexão e fazer um novo processo de verificação de documentos no Chile. Flávio
comentou que esta exigência não fazia sentido, visto que não tínhamos nenhuma
documentação de autorização por parte do governo chileno. Após alguns
telefonemas, o atendente reconheceu que estava equivocado, porém ele insistiu
que deveríamos ter feito a reserva antecipada junto a Qantas.
Dissemos que quando compramos a passagem, questionamos a
agência se existia a necessidade de algum procedimento especial para embarcar
com as armas. O funcionário ligou para a LAN e a companhia informou que não
havia necessidade de nenhum procedimento especial e que seria somente
necessário apresentar os documentos das armas no check-in.
O atendente da TAM, informou que este é procedimento da TAM
e da LAN, porém como havia uma outra parceira que faria um trecho do vôo e que
ela exigia uma requisição antecipada para transporte de armas para a prática de
tiro esportivo. O Atendente concordou que tal exigência era descabida, mas era
o que constava no manual de procedimentos, e que ele iria verificar junto a
supervisora qual seria a orientação. A supervisora da companhia, disse que os
passageiros deveriam ser responsáveis pela autorização antecipada junto a
companhia Qantas. O Atendente ligou para a Central de Aeroportos e recebeu a
mesma instrução. O atendente disse que sem o documento de reserva não
poderíamos embarcar E INFORMOU QUE O NOSSO EMBARQUE HAVIA SIDO NEGADO!!!
PQP!
Argumentamos que havíamos comprado o vôo da LAN, e que TAM e
Qantas deveriam se acertar. Pedimos que a TAM nos orientasse em como conseguir
tal permissão, porém fomos informados que a Qantas não tem operação no Brasil e
que a TAM não sabia onde, quem e como proceder para conseguir tal autorização!!
Já eram quase 5:00 horas da manhã, o turno da atendente
tinha acabado e ele doido para ir embora, passou a bola para outro. Pedimos
para conversar com a supervisora, mas esta dizia que viria mais tarde, pois
estava muito ocupada e se negava a nos atender pessoalmente!
Sem ter mais a quem recorrer e diante de um comportamento
ignorante e inflexível por parte da supervisora da TAM, tentei contato com a
Agência que nos vendeu a passagem aérea para ver como eles poderiam nos ajudar. Consegui conversar
tanto com o funcionário da agência que nos vendeu as passagens, bem como com a
proprietária da empresa. Descrevi a situação bizarra que nos foi imposta e o
risco iminente de perder a competição, pois o embarque estava próximo e nada
havia sido providenciado ainda.
Na nossa cabeça, começou a crescer o sentimento de que não
iríamos embarcar por causa deste documento e que todos os meses de preparação,
recursos investidos estavam para ser jogados no lixo. Isso por que não poderíamos
pegar um outro vôo, pois toda a documentação expedida pela Austrália estava
atrelada ao itinerário inicial. Um
sentimento profundo de tristeza nos abateu, não pelos valores investidos, mas
principalmente por perder a oportunidade de representar nosso país em um evento
internacional!
Por volta das 6:00 horas uma funcionária (Bernadete), que
acabara de chegar, assumiu a supervisão do check-in. Ela nos procurou
informando que assumiria nosso embarque e que uma pessoa da Cia Aérea estaria
providenciando nossa autorização com as demais Cias Aéreas. Com muita clareza e
disciplina, Bernardete disse que providenciaria o preenchimento dos papéis que
o atendente anterior (Alfredo) havia feito de forma incompleta, pois se o nosso
embarque fosse autorizado ainda teríamos que ir até a Polícia Federal fazer a
liberação das armas e correr para o embarque. Passaram mais 10 minutos de pura
incerteza e consternação até que perguntamos, em meio ao clima de tristeza,
incerteza, decepção e lá no fundo, fé: - “E aí Bernardete?!?!?”
Um pouco depois...UFA! Fomos autorizados a
embarcar! Mas ainda documentos tinham que ser finalizados, bagagens etiquetadas
e despachadas, armas deveriam inspecionadas e lacradas...
Corre, daqui, corre de lá e corre mais ainda, faltando menos
de 30 minutos para a partida passamos pela segurança do aeroporto e finalmente
conseguimos embarcar. Todos extremamente estressados, abatidos, com sede, fome,
dor no estômago...
Pouco antes de embarcar, recebi um telefonema, onde viemos a
descobrir que a súbita mudança de comportamento da equipe da LAN/TAM deveu-se à
intervenção de Marinez da Agência Rotas Turismo de Araxá. Às 5:00 Hs, Marinez conseguiu
contato com algum gestor da LAN/TAM e eles conseguiram resolver o problema.
Já acomodados no avião, a equipe se entreolhava mal
acreditando que estavam a caminho de Brisbane. Um sentimento era comum a toda a
equipe: PQP!
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